Minha declaração de amor

Peço licença para me declarar.
Ao amor da minha vida, sempre, para sempre.

Contemplo Como o Igual dos Próprios Deuses (Safo)

Contemplo como o igual dos próprios deuses
esse homem que sentado à tua frente
escuta assim de perto quando falas
com tal doçura,
e ris cheio de graça.

Mal te vejo
o coração se agita no meu peito,
do fundo da garganta já não sai
a minha voz,

a língua como que se parte,
corre um tênue fogo sob a minha pele,
os olhos deixam de enxergar,
os meus ouvidos zumbem,

e banho-me de suor,
e tremo toda,
e logo fico verde como as ervas,
e pouco falta para que eu não morra
ou enlouqueça.

AMOR, pois que é palavra essencial

Um brinde a todas transfigurações da sexualidade pela imaginação dos homens!
Salve a pornografia, salve o erotismo, salve o amor!!!!!!!!!!!!
Não vamos deixar que sentimentos e manifestações tão importantes se enfraqueçam e percam a essencialidade em nossos dias... precisamos de amor, gente... SEMPRE!!!

Amor, pois que é palavra essencial
Carlos Drummond de Andrade

Amor – pois que é palavra essencial
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.

Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante de infinito?

O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.

Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?

Ao delicioso toque do clitóris,
já tudo se transforma, num relâmpago.
Em pequenino ponto desse corpo,
a fonte, o fogo, o mel se concentraram.

Vai a penetração rompendo nuven
se devassando sóis tão fulgurantes
que nunca a vista humana os suportara,
mas, varado de luz, o coito segue.

E prossegue e se espraia de tal sorte
que, além de nós, além da prórpia vida,
como ativa abstração que se faz carne,
a idéia de gozar está gozando.

E num sofrer de gozo entre palavras,
menos que isto, sons, arquejos, ais,
um só espasmo em nós atinge o climax:
é quando o amor morre de amor, divino.

Quantas vezes morremos um no outro,
no úmido subterrâneo da vagina,
nessa morte mais suave do que o sono:
a pausa dos sentidos, satisfeita.

Então a paz se instaura.
A paz dos deuses,
estendidos na cama, qual estátuas
vestidas de suor, agradecendo
o que a um deus acrescenta o amor terrestre.

O milagre, o Santo e O Cara

Já que está todo mundo interessado, vamos falar sobre política!
Tá ai uma utopia que bem podia ser verdade...

Lamentavelmente, a realidade é que as pessoas (brasileiras) ignoram solenemente o contexto político do país.

Quem se liga em política é quem trabalha com ela e, mesmo neste caso, as pessoas não querem saber, de verdade, o que se passa.

Querem saber quanto vão ganhar, o que vão propor (e o que não vão fazer), quem está na frente nas pesquisas de opinião e, principalmente, quem é que vai ser coordenado por Ben Self ou Chris Hughes nas eleições presidenciais do ano que vem.

Esperam por um milagre estilo Obama. Fazem contato com os donos da BSD (Blue State Digital – empresa americana que criou a estratégia na rede para a campanha do Barack, para os íntimos). Questionam o financiamento on line. Mergulham no twitter. Criam perfis surpreendentes no Facebook. Fomentam comunidades no Orkut.

Enfim... os engajados em política atualmente produzem uma série de estratégias ligadas à internet, na intenção de reviver, no Brasil, o sucesso americano.

Esquecem-se, no entanto, que não há milagre sem santo.

Não há, nesse mundo de meu Deus, Flickr que faça Serra parecer mais simpático, ou MySpace que arranque de Dilma sua feição carrancuda. Não há inspiração digital que crie um candidato com um perfil realmente mobilizador. Infelizmente, sinto em dizer, não temos nada parecido com Barack Obama.

Muito pelo contrário. O que temos, até agora, são caras conhecidas e “batidas” que já cansaram a população antes mesmo do programa político começar pra valer. Temos guerrinhas partidárias que nada contribuem para o avanço da democracia. Temos PAC`s, PIG`s e mais uma série de siglas que não falam nada. E, o pior: temos, também, que engolir a decisão dos caciques que carimbam rostos escolhidos para que a nossa decisão não altere absolutamente nada neste cenário desestimulante.

A culpa é da internet? A culpa é do Obama (coitado!)? A culpa é do Serra? É da Dilma?

A culpa é nossa!

Enquanto apenas esperarmos pelo milagre nunca aparecerá um santo. Porque nem eles, os santos, são capazes de lutar contra essa paralisação político-ideológica que se instalou na cabeça dos brasileiros.

Mas calma. Também não é preciso parar de rezar. Quem sabe “o cara” lá de cima, também conhecido como Lula, resolva criar algum portento sobrenatural capaz de nos fazer reagir?

Aval ele já tem. E não é virtual. É do próprio Santo Americano.

Lembranças

Lembro-me muito bem desse segundo dia de aula, em que eu e a Fê nos aproximamos.
Ela, com aquele jeitão hippie, usando a tal saia jeans torta meio desbotada (ela amava essa saia), com a blusinha preta deixando parte da barriga à mostra, a boina de lã com as cores do Olodum, bolsa de lado, brincão (aquele de flor com pedra vermelha que eu amava) e sandálias de couro. Essa era a Fê. Desde quando a vi me identifiquei com aquela figura.
Nesse dia juntou-se a nós a Bruna Perdigão. Até hoje comentamos sobre ela, mas só a Fê é capaz de se lembrar a fisionomia da garota.
Na hora do intervalo saímos juntas ao redor da faculdade para “lanchar” e ao retornar a Fumec não entramos em sala (fato que acabou se tornando uma praxe). Ficamos ali, sentadas na porta da sala fumando um cigarro atrás do outro e trocando altas ideias. (na época eu ainda fumava).
Pouco depois chega a Marina, com aquele seu jeito extrovertido, arrastando as sandálias pelo corredor.
Em seguida é a vez da Ana. Do look me lembro apenas do tênis (aquele Adidas azul petróleo de andar na água, era a maior moda na época). Chegou e abriu aquele sorrisão, como quem diz “Ah nem! Também não vou ficar nessa sala.”
E o papo rolou solto. Foi assim. Fomos nos aproximando, percebendo nossas afinidades, nossas semelhanças, descobrindo a personalidade de cada uma. Iniciamos uma duradoura amizade, de não largar nunca mais.

Um pouco de nós

Somos 4 amigas mineiras
Somos publicitárias
Somos batalhadoras, mas também sonhadoras
Somos mulheres autênticas, com opinião, com atitude
Temos opiniões diferentes, mas aceitamos e respeitamos a opinião de cada uma
Somos do bem
E vamos além...

Amigas? Sim, pra sempre...

Este é o objetivo deste blog. Compartilhar nossas idéias, nossas experiências e relembrar nossa trajetória ao longo desses últimos 8 anos de amizade.

O começo

"Amigos são como sutiãs: perto de seu coração e lá para apoiar".


Naquela época, vivíamos sob a agitação do ano 2000: novas tecnologias, muitas perspectivas, grandes sonhos, milhares de esperanças.

A promessa da graduação nos uniu: nos encontramos sem querer, querendo mesmo mudar o mundo. O nosso.

Na sala de aula, poucas suspeitas sobre o entusiasmo mundano – apenas os olhares conversavam eloquentemente.

Cada uma em sua carteira. Todas esperando a primeira palavra concreta que pudesse gerar um assunto legal.

De repente entra uma garota na sala, com cara de quem já sabe o que vai acontecer. Com uma voz aguda e um pouco petulante, ela pergunta: primeiro período de publicidade é aqui???
Ela nem agradeceu quando alguém respondeu.

- Hunf, pensamos as três.

Levamos um trote – roubaram as nossas sandálias em um dia frio de julho. Ai, sim, nos juntamos propositalmente. Recuperamos nossos calçados e fomos nos conhecer melhor no buteco em frente à faculdade.

A Ana falava sem parar. Passava por um momento ingrato, com um garoto cativante, que tempos depois se transformaria em seu namoro mais longo. Naquele dia, ela viu em mim o próprio Freud.
Desde então nossa relação nunca mais mudou.

Camila era mais contida. Mais até do que eu.
Falava pouco, concordava menos. Mas ria muito. E sabia fazer rir.

Eu, um terço interiorana, ainda meio desnorteada com tantas pessoas bacanas e fashions, procurava desesperadamente alguém que pudesse dividir os questionamentos da Ana comigo. Por sorte não encontrei. Achei uma amiga! Foi a primeira.

Quando Camila se juntou ao papo angustiante, percebemos que não roubaram as sandálias de algumas pessoas. Entre elas, a da menina petulante. Ela já conhecia muita gente, conversava alto e freneticamente. Parecia fazer parte daquele universo novo há muito tempo. “Ela não era das nossas”, foi o que pensamos.

No dia seguinte, a minha relação com a Camila se transformou. Por causa de uma simples pergunta, conseguimos ultrapassar o conjunto acadêmico – em grande estilo, com muitas risadas e diversos pensamentos filosóficos.

Mergulhamos imediatamente em uma amizade viajante, a partir daquele dia.

Portanto, no segundo (ou em um segundo) já éramos três.
Faltava uma.

No terceiro dia de aula, a intimidade já rolava solta entre Ana, Camila e Fernanda. Para quem estava de fora, aquela pseudo-amizade soava até meio falsa, tamanha proximidade que existia entre nós.

Eis que surge Marina – chegou do nada, ficou com tudo.
Quis se integrar àquelas que tão cedo já davam o que falar.
No lugar da metida que vimos, conhecemos uma extrovertida.
Ela estilhaçou a máscara que colocamos nela – em vez de petulante, apaixonante.

E foi assim que tudo começou: conversas pequenas e olhares tímidos que se fundiram e geraram uma imensa família que chamamos, carinhosamente, de METRALHAS.

Somos nós, sem tirar nem por.
Somos amigas e inimigas, companheiras ausentes, conselheiras emocionais, parteiras de grandes idéias, gestoras da nossa autoestima, gerentes de conversas picantes... enfim! Somos as únicas matriarcas desse clã, chamado “As Metralhas”.

Esse é o nosso blog.
Aqui falaremos sobre as nossas experiências, sobre a nossa amizade, sobre a vida dos outros, sobre a nossa vida...
Você está convidado a nos acompanhar. Está disposto? É melhor se preparar...